Em todo o mundo, cada vez mais pessoas se tornam gamers, desde trabalhadores que aproveitam o tempo da viagem no transporte público para jogar "Candy Crush", aos jovens em mundos digitais abertos como "Roblox" e "Fortnite".
Uma pesquisa da PwC aponta que os jogos eletrônicos já movimentam mais de US$ 196 bilhões e, de acordo com projeções da empresa, o faturamento global até 2026 deve chegar a US$ 321 bilhões. Com o setor em franco crescimento, tornou-se comum a transformação de jogadores casuais em atletas profissionais, com salários substanciais, patrocínios de serviços de streaming e eventos ao vivo.
A profissionalização da indústria está abrindo perspectivas ainda para influenciadores, organizadores de eventos e desenvolvedores de jogos. Essa ascensão vai muito além do mero entretenimento, transformando-se em uma ferramenta poderosa de inclusão e transformação, especialmente em comunidades carentes.
A acessibilidade em cena é, na verdade, uma das maiores vantagens dos e-sports. Ao contrário de muitos esportes tradicionais, os eletrônicos não requerem altos investimentos financeiros iniciais. Isso significa que mesmo pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica podem participar ativamente de um ambiente competitivo e socialmente engajador.
Além de proporcionar inclusão social, os e-sports estimulam o desenvolvimento de habilidades cognitivas valiosas, como tomada de decisão rápida, pensamento estratégico e trabalho em equipe. Essas características não são apenas úteis no contexto dos jogos, mas também na vida cotidiana e no mercado de trabalho.
No entanto, apesar da acessibilidade dos jogos eletrônicos, promover eventos que engajem a comunidade gamer e abram possibilidades para novos participantes ainda é um desafio. Assim, para favorecer ações de e-sports em larga escala, como a e-Copa realizada na cidade de São Paulo que incluiu jogos olímpicos como "Just Dance", "Fortnite" e "Grand Turismo", é essencial uma estrutura organizacional sólida com planejamento detalhado, parcerias estratégicas e infraestrutura tecnológica robusta para suportar o alto volume de participantes e espectadores.
Não à toa, entidades como a World eSports Association (WESA) e a Esports Integrity Commission, buscam favorecer esse mercado, que também luta por aceitação e reconhecimento pleno como forma legítima de esporte. Além disso, garantir investimentos sustentáveis e estabelecer regulamentações claras são outros obstáculos a serem superados para que todo o setor possa “virar a chave” e ser reconhecido pelo seu potencial econômico, transformador e democrático.
Organizações não governamentais (ONGs) e empresas privadas desempenham papéis fundamentais no crescimento e fortalecimento da área. Além da luta em torno da regulamentação e do reconhecimento, podem contribuir criando programas educacionais, apoiando a inclusão e diversidade e colaborando com o setor de saúde para garantir o bem-estar dos praticantes, sobretudo de atletas de competições iniciantes que buscam no segmento uma mudança de vida.
Assim como a NBA conquistou na década de 1980 sua grande transformação, passando de liga esportiva a uma mega indústria de esportes e entretenimento, vivemos o momento perfeito para a revolução do e-sports, que representam não apenas uma forma de diversão, mas também uma ferramenta poderosa de inclusão econômica e social e de desenvolvimento.
(*) Paulo Fernandes é membro da Associação Paulistana de Recreação, Esportes e Lazer (Aprel).
Essa matéria jornalística e as fotografias são de autoria e responsabilidade do site Terra.
Clique no link abaixo para acessar a notícia na fonte.
Participe do nosso grupo MÍDIA LIVRE no WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/J1XtopqyAuU1L7NZugWTKb
Comentários